sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Verdades trancafiadas as escuras

* Por Adriano Viaro

A construção da memória de um povo passa pela forma com que contamos nossa historia. O tema escravidão com todas as suas nuances e predicados, reitera a necessidade de reconstrução e reintegração de princípios, modificando a forma que nossa historia é relatada.

Não podemos simplesmente ditar tópicos de forma breve, simples e efêmera. Somos os deleitosos seres do cumprir prazer. Autores incipientes como Marcus Rediker [e outros mais] devoram documentos no afã de demonstrarem que nem tudo o que se conta é verdadeiro.

O outono que pairou sobre uma época dita como idade das trevas também não realiza escalas rumo a verdade, mas isso não é mais importante. Doravante devemos inaugurar novos setores de nosso intelecto voltado para as pesquisas, e desta forma aterrissar em solo simples, úmido e fértil.

De que forma pode-se explicar a escravidão senão pela vantajosa ideia de movimentar as escamas do que nunca foi ate hoje relatado? Temos ao alcance público arquivos jamais analisados. Temos ao alcance de todos as mandíbulas da arte escravista com os números de suas barbáries oitocentistas.

Tenho me defrontado com os registros de compra e venda de escravos, bem como com as acachapantes cartas de alforria. Tenho me debruçado sobre todos estes escritos com a vontade inóspita de quem não sabe como ler sem começar a chorar.

São registros do holocausto. São escritos e reescritos de um passado que não deveria ter existido, mas se assim o foi deve ser lido, relido, estudado e explanado de forma pública. Somos descendentes de bárbaros ou barbarizados. Somos responsáveis pela forma que iremos lidar com isso tudo. 

Um comentário:

  1. Colega achei interessante tu usares a palavra holocausto.Por que foi exatamente isto que aconteceu,pessoas trazidas de sua pátria amada,para uma terra hóstil e desconhecida,muitos morreram nos navios negreiros e outros quando chegavam aos portos com doenças das mais diversas.No Rio de Janeiro foi descoberto a pouco tempo um cemintério onde sepultavam os cativos,hoje é o Museu dos Pretos Novos lá existem documentos importantes a ser pesquisado.Mas como tudo para os negros é difícil,eles estão precisando de ajuda financeira para manter aquele espaço que faz parte da história brasileira.

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